sábado, 23 de janeiro de 2010

Investigação nos EUA - electroestimulação cirurgica


Cito aqui excertos dum alerta que tenho na Google relativo a este tema para termos perceber melhor como esta doença pode chegar a qualquer um e como a sua cura é neste momento ainda uma incógnita para muitos, mas existem também sinais de esperança...

" Lançando primeiro DVD, Dona Ivone Lara luta contra a depressão


Em agosto do ano passado, Dona Ivone Lara realizou um desejo antigo: reuniu os amigos e gravou seu primeiro DVD, que acaba de chegar às lojas. Tudo indicava que 2010 seria inesquecível, com esse lançamento e a concretização do sonho. Mas, três meses depois, em novembro, a grande dama do samba, que completa 88 anos em abril, levou um tombo e quebrou o fêmur.
De lá para cá, a alegria tão presente na cantora tem dado lugar à dor e à dificuldade de voltar à vida normal. Tanto que, por recomendação médica, Dona Ivone Lara só deve poder voltar a dar entrevistas em março. Cantar, sem previsão.
Segundo sua empresária, Miriam Souza, a sambista tem tomado muitos remédios para diminuir as dores e combater a depressão e, por causa deles, sente muito sono.
— Dona Ivone está um pouco fora do mundo, pensando apenas em seu estado de saúde. Não tem como negar, ela está triste com esta situação, e esta tristeza é preocupante — conta a empresária: — Por causa das dores, só está conseguindo se locomover com a ajuda de um andador e conta sempre com uma enfermeira ao seu lado.
Também passando por um momento de recuperação, após sofrer uma fissura de cóccix, Beth Carvalho manda uma mensagem de otimismo.
— A gente trabalha muito. Dona Ivone tem que encarar este momento como um período de descanso — diz Beth, que participou do DVD.
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RIO - Uma cirurgia polêmica vem chamando a atenção de especialistas e poderá, no futuro, ser mais uma opção para pessoas que não conseguem se livrar das crises de depressão profunda. Ela consiste na eletroestimulação cirúrgica de uma parte do cérebro e esta sendo testada por pesquisadores do centro médico da Universidade Pittsburgh, nos Estados Unidos.
A experiência parece saída de um filme de terror, mas neurologistas garantem que a técnica é indolor. No procedimento, cirurgiões fazem dois pequenos furos no crânio do paciente, inserem pequenos eletrodos em uma região específica do cérebro e ajustam a voltagem de acordo com o caso. Os eletrodos funcionam com baterias minúsculas que são colocadas embaixo da pele na região peitoral e são controlados por controle remoto.
Segundo o neurologista Douglas Kondziolka e o psiquiatra Robert Howland, o objetivo do implante é regular a atividade dos neurônios no campo que controla a ansiedade e a tristeza, geralmente super ativos em pessoas deprimidas. Até o momento, o procedimento foi testado por 30 pacientes e o resultado da experiência deve ser divulgado em quatro meses.


Estima-se que existam 13 milhões de pessoas com depressão no Brasil e cerca de 450 milhões de pessoas pelo mundo sofrem diariamente com este tipo de transtorno mental. Cerca de um quinto dos portadores do distúrbio tem sintomas difíceis de serem controlados apenas com medicamentos ou psicoterapia. Mulheres costumam ser mais atingidas pela doença do que os homens, numa proporção de três para um. Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que a depressão será a doença mais comum do mundo daqui a vinte anos.

2 comentários:

  1. Olá Maria.

    Tenho para mim que tal método está condenado ao fracasso. É como se o interior de uma casa estivesse a arder e para apagar o fogo se atirasse da parte de fora água para as paredes.

    Já presenciei de perto vários casos e sei como é difícil para muitas pessoas colocar a “máquina psicológica” novamente num funcionamento correcto.

    Vivemos numa época em que se quer tudo instantaneamente e as curas também obedecem a este padrão, mas para este caso de doença, tal não é possível, demora o seu tempo. Demora o seu tempo sobretudo porque não sabemos o que somos interiormente nem como funcionamos.

    A verdadeira cura só tem lugar se cada um realizar uma viagem interior. Isto nada tem de transcendente, simplesmente é adquirir conhecimento sobre si mesmo. Desta viagem, aos poucos vai-se ganhando força de vontade e é aqui que está o cerne do problema. Quem está deprimido não consegue plasmar livremente a sua vontade nas suas acções diárias.

    Existe no entanto uma outra cura que 99,9% das pessoas experimentam e não me estou a referir aos efeitos dos químicos. Esta cura é”provisória” embora possa durar até ao resto da vida levando ilusoriamente a pessoa a dizer q está curada. Todos nós somos constituídos por vários “conjuntos psicológicos” que podem adquirir uma força tal que os seus impulsos se sobrepõem à nossa força de vontade pura. Tais conjuntos provocam em nós o que conhecemos como prazer e nos transmitem a falsa sensação de felicidade quando são satisfeitos. O problema surge quando não são satisfeitos, “revoltam-se” e tomam conta do resto. O que os medicamentos tentam fazer é “anestesiar” a psique da pessoa, para que esta inconscientemente mude o seu centro de prazer, ou seja, que encontre novas paixões. Pois, isto é “fácil” quando se é jovem. Mas quando se leva uma vida a “venerar” e a “satisfazer” tal complexo psicológico e difícil, a dificultar mais, está o facto de infelizmente as pessoas a uma determinada altura petrificam a sua personalidade, ou seja, nada mais querem mudar em si arranjar novos prazeres está fora de questão e mesmo esta “cura” provisória vê-se comprometida.

    Em verdade, para se lutar contra uma depressão, tem de se ter a atitude de quem luta contra um vicio, como por exemplo o tabaco. Primeiro, reconhecer que tal estado não faz parte da sua natureza, assim como o cigarro não faz parte do corpo humano, segundo força de vontade para superar a ressaca e aqui, como disse, ou as pessoas se tentam conhecer a elas mesmas, o que são no seu íntimo, ou procurem novas actividades, obriguem-se a sorrir.


    Cumprimentos Fraternos :.

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  2. A mim parece-me que nem todas as depressões são iguais até porque as causas poderão ser muito diferentes. O caminho da realização do ser poderá ser válida para muitas situações, mas há casos em que há danos neurológicos ou em que a pessoa já está num estado que nem tem forças para iniciar esse caminho libertador... Não fecho a minha esperança à investigação de modo tão radical. Mas gostei de ler o comentário e coincide em muito com aquilo que eu própria defendo.

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Depressão - quando como porquê...

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