segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Aprender a amar


"Meus pais meus filhos todos que é suposto amarem-me notam sempre atentos aos defeitos.
Hoje sei que ainda não aprenderam a amar.
Quando elogio uma qualidade desconfiam."

Não é minha esta frase e lamento não ser capaz de dizer a quem pertence.
Sei que a retirei de um livro de Desenvolvimento Pessoal há algum tempo, provavelmente de um autor norte-americano...
Mas também a autoria não é o mais importante, mas a sábia observação que revela e que tive vontade de partilhar.

Se fizermos uma auto-análise séria, descobrimos que estamos facilmente predispostos para criticar e reparar nos defeitos mesmo daqueles que mais deviamos amar...
Tal como estamos mais predispotos para nos queixarmos da vida, do tempo, do trânsito... do que para nos concentrarmos e citarmos as coisas positivas, que simultâneamente com essas estão a acontecer.
Exemplos? Se não fosse o trânsito não tinhamos chegamo a ouvir no rádio aquela velha canção... se não tivesse acabado as férias daqui a pouco a roupa já não nos servia com tanta preguiça, se não chovesse na Primavera não floririam os campos etc...
Cada um é que tem que reparar naquilo que, para si, está a acontecer de bom em cada momento, não é igual para todos.   

4 comentários:

  1. É muito bom reflectir esta problemática num blogue de amigos, preocupados com o que vai sucedendo à sua volta - ou dentro de si.
    Deixo uma ou duas baboseiras, fruto de alguma pequena experiência, pois já tive duas ou três situações que quase descambaram em depressão mais forte e lenta.
    Fundamental é ter ou criar auto-estima. Para arranjar defesas relativamente às perdas e debilidades. Se estivermos frágeis, qualquer coisa fere a nossa sensibilidade para o bem ou para o mal, empolando quotidianos.
    Cada pessoa é uma cidadela, mais ou menos inexpugnável.
    Agora mesmo é urgente fortificarmos a nossa muralha, para que uma palavra ou um gesto não nos tomem de assalto e derrubem. Ou arrepiem.
    "Viver sempre também cansa"escreveu um dia José Gomes Ferreira. Qualquer um de nós sentiu isso algum dia.
    É difícil gerir o carrocel dos dias. É difícil termos sempre por perto os amigos. É difícil ter os que nos são mais queridos atentos, protegendo-nos.
    Temos mesmo de ser fortes.
    Cada um deve encontrar dentro de si aquilo que mais força lhe dá. Para vencer esta batalha diária. No filme As Noites Loucas do Dr. Jekyl, a certa altura, Jerry Lewis,desempenhando um médico desastrado e feio,que inventou uma poção milagrosa que todas as noites o transforma num galã irresistível e arrogante, pergunta: "Vocês já viram o tempo que temos de viver connosco mesmos?"
    Beijinhos
    Luís Filipe Maçarico

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  2. Eu tenho desde há muito, desde que aprendi a gerir-me nesse sentido, até porque já era intuitivo, tendência para "agarrar" tudo de bom e de bonito com que a vida me presenteia.

    Quanto às coisas menos boas tento tirar partido, como dizes, aproveitar o que de bom é, por vezes a consequência...

    Sei que não é fácil até porque nem sempre depende só de nós. Podemos estar a lidar com maneiras de ser diferentes da nossa. Ser positivo é importante e preciso mas se lidamos com alguém negativista precisamos de esforço suplementar para correspondermos ao que é a nossa natural maneira de ser positiva.
    Não quer dizer no entanto que seja um esforço inglório e interiorizadas que estejam as implicações, lidar com isso passa a ser só mais um obstáculozinho a contornar que servirá até e basicamente para ajuda ao outro.

    Obrigada por este texto com que concordo por ser positivo.

    Um beijo e continua a tua caminhada no sentido da felicidade.

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  3. ... mas sabes que não nos queixarmos faz nos outros a certeza de que somos felizes e de que está tudo bem connosco. Disso eu sei por ter aprendido a gerir o meu bem estar assumindo as coisas como são, aproveitando o melhor que cada momento me dá, regenerando-me, não me queixando portanto do que de mau estás "carregando". Quando resolves, e consegues, dar esse salto que te põe ao teu ritmo de felicidade é preciso teres força que te ajude a aceitar todas as questões dos outros todas as dúvidas do que nunca perceberam a teu respeito...

    Caíu entretanto o comentário do Luís que faz todo o sentido.

    É preciso estarmos à defesa e não deixarmos que a fragilidade tome conta de nós... Até porque, verdade maior, tendo em conta o tempo que temos que viver connosco próprios, é bom que tenhamos condição para fazê-lo bem ou o melhor possível.

    Beijo meu

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  4. A mim, não me apetecem as palavras (de novo)... Mas estou em paz e viajo, por dentro... agarrada a pontos de luz, cintilantes, mesmo que sejam minúsculos, porém do tamanho do mundo!
    :)

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Depressão - quando como porquê...

A criação deste Blog advém de, ao longo de vários anos, ter percepcionado que em Portugal esta doença é quase tabu; envolvida pela vergonha de quem padece e pelo desconhecimento político da sua real dimensão e implicações, bem como das respostas existentes para o seu tratamento... Apenas pretendo abrir um espaço para a interrogação a denúncia a informação... Talvez dessa troca de ideias resulte benefício para alguém ( doente, familiar, amigo... ) como, por exemplo, a identificação do seu sofrimento, o início da compreensão e da aceitação da depressão como doença, um incentivo para a procura de mais conhecimentos, um incentivo para predir ajuda na sua cura ou na melhor qualidade de vida, ou o renovar da esperança perdida... Bem hajam! os que quiserem e não tiverem medo ou vergonhar de comentar: criticar, sugerir, informar, questionar, contar, interrogar-se, lamentar-se...