Durante esta semana fui-me cruzando com casos de pessoas ao que tudo aparenta portadoras de depressão ou pelo menos que vivenciam estados depressivos eventualmente com outras causas.
Tentei intervir tanto junto de familiares e num caso consegui chegar mesmo junto da pessoa em sofrimento falar com ela entendê-la, partilhar com ela a minha vivência mas não consegui convencê-la a aceitar a consulta médica e uns exames que até já lhe foram prescritos.
Para além dos meus dramas pessoais carrego mais estes para os quais não consegui até agora qualquer alteração... E vejo o quanto a família cansada de comportamentos que queria ver modificados e que não entende, começa a aceitá-los como habituais e vai-se acomodando a ver o outro assim e a substituir-se-lhe nas tarefas, diminuindo os contactos que deixam de ser gratificantes mas penosos. E o deprimido quando diz que está a perder a família e os amigos e estes dizem que é o deprimido que os afasta querendo ficar sozinho, isolado, dizendo não a qualquer convite, têm os dois lados razão no seu sentir porque assim é, quebrando-se a comunicação que antes fluía naturalmente.
Sinto-me muitas vezes incapaz, inútil e cansada pelo que não consigo fazer em prol dos outros...
Sei que a minha doença vive comigo como a minha coluna vertebral vive comigo ou os meus olhos e tento viver com ela todos os instantes da minha vida futura. Também sei o preço ( em muitos níveis: profissional, social, emocional, familiar, económico...) que tenho pago por continuar a viver e o quanto outras pessoas foram afectadas e prejudicadas pela minha doença, mesmo sem me ajudarem mesmo sem me compreenderem e algumas ainda mais por isso.
Não pretendo com isto obter a pena de ninguém! A uns atinge a depressão, a outros um AVC, a outros um cancro, a sida, a hepatite, a morte dum filho, a cegueira... Cada qual sabe de si, da sua dor.
Sei da minha e da minha travessia...
E vejo que ( sem contar com o sofrimento da doença) quantas facadas já levei só neste Outono: profissionais, monetárias, emocionais, de pessoas que me podiam fazer-me sorrir e de pessoas que nem conheço...
Mas nada me dói tanto quanto estas minhas tentativas falhadas de dar um impulso a quem está perdido e podia encetar um caminho de esperança... (sei também que a dificuldade em ultrapassar as frustrações é um dos sintomas da própria doença). E sei também que tantas vezes um sinal, uma flor, um sorriso, uma palavra, um gesto no momento certo mudam a história de uma vida, ou de um dia, ou a tristeza de um momento...
Nada do que digo é novo, original ou importante. As palavras são apenas o meu modo de lidar com a minha tristeza, a minha inabilidade, a minha frustração... Como as minhas atitudes não têm o poder de mudar a realidade, a minha tristeza, de determinar os outros a agir... mas que mais posso fazer?! Arrastar as pessoas à força para os consultórios médicos?! arrastar a contra-vontade as pessoas para terem os gestos certos a fazerem os outros felizes?! Escrever em todos os lugares por onde passo o que levaria a minha tristeza para longe?!
Ás vezes é preciso um abanão sim! Mas se a acção não nasce dentro de cada um, precisa sempre do empurrão do outro. E quando o outro não está, ou se distrai ou está movido nesse momento pelo mais singelo do seu próprio interesse?! Tudo irá ruir de novo...
Tentei intervir tanto junto de familiares e num caso consegui chegar mesmo junto da pessoa em sofrimento falar com ela entendê-la, partilhar com ela a minha vivência mas não consegui convencê-la a aceitar a consulta médica e uns exames que até já lhe foram prescritos.
Para além dos meus dramas pessoais carrego mais estes para os quais não consegui até agora qualquer alteração... E vejo o quanto a família cansada de comportamentos que queria ver modificados e que não entende, começa a aceitá-los como habituais e vai-se acomodando a ver o outro assim e a substituir-se-lhe nas tarefas, diminuindo os contactos que deixam de ser gratificantes mas penosos. E o deprimido quando diz que está a perder a família e os amigos e estes dizem que é o deprimido que os afasta querendo ficar sozinho, isolado, dizendo não a qualquer convite, têm os dois lados razão no seu sentir porque assim é, quebrando-se a comunicação que antes fluía naturalmente.
Sinto-me muitas vezes incapaz, inútil e cansada pelo que não consigo fazer em prol dos outros...
Sei que a minha doença vive comigo como a minha coluna vertebral vive comigo ou os meus olhos e tento viver com ela todos os instantes da minha vida futura. Também sei o preço ( em muitos níveis: profissional, social, emocional, familiar, económico...) que tenho pago por continuar a viver e o quanto outras pessoas foram afectadas e prejudicadas pela minha doença, mesmo sem me ajudarem mesmo sem me compreenderem e algumas ainda mais por isso.
Não pretendo com isto obter a pena de ninguém! A uns atinge a depressão, a outros um AVC, a outros um cancro, a sida, a hepatite, a morte dum filho, a cegueira... Cada qual sabe de si, da sua dor.
Sei da minha e da minha travessia...
E vejo que ( sem contar com o sofrimento da doença) quantas facadas já levei só neste Outono: profissionais, monetárias, emocionais, de pessoas que me podiam fazer-me sorrir e de pessoas que nem conheço...
Mas nada me dói tanto quanto estas minhas tentativas falhadas de dar um impulso a quem está perdido e podia encetar um caminho de esperança... (sei também que a dificuldade em ultrapassar as frustrações é um dos sintomas da própria doença). E sei também que tantas vezes um sinal, uma flor, um sorriso, uma palavra, um gesto no momento certo mudam a história de uma vida, ou de um dia, ou a tristeza de um momento...
Nada do que digo é novo, original ou importante. As palavras são apenas o meu modo de lidar com a minha tristeza, a minha inabilidade, a minha frustração... Como as minhas atitudes não têm o poder de mudar a realidade, a minha tristeza, de determinar os outros a agir... mas que mais posso fazer?! Arrastar as pessoas à força para os consultórios médicos?! arrastar a contra-vontade as pessoas para terem os gestos certos a fazerem os outros felizes?! Escrever em todos os lugares por onde passo o que levaria a minha tristeza para longe?!
Ás vezes é preciso um abanão sim! Mas se a acção não nasce dentro de cada um, precisa sempre do empurrão do outro. E quando o outro não está, ou se distrai ou está movido nesse momento pelo mais singelo do seu próprio interesse?! Tudo irá ruir de novo...
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