Nesta fase da minha vida é normal que já não acredite que o Menino Jesus desce pela chaminé para dar presentes. Eu já acreditei, embora soubesse que lá em cima a chaminé era estreita, nunca me tivesse dado nada do que lhe pedi nem nada de relevo ( nunca tive assim tão pouca imaginação ou fui tão pouco interesseira e materialista que lhe fosse pedisse tostões, rebuçados pretos ou meias cinzentas... ). Bom era o sonho da noite de 24, decepcionante o acordar de 25! Não me recordo de ter ficado zangada com o Menino Jesus, que imaginava não um filho de Deus mas bebé gordinho e despido, sem maldade sem culpa. Penso que para todos a maior decepção é quando descobrimos que não é nem o Menino Jesus nem o Pai Natal que nos dão os presentes... Conheço uma criança que já sabendo disso, na noite de Natal continuou a acreditar prolongando a sua felicidade por mais alguns anos...
Também é normal que com esta idade já tivesse deixado de acreditar no Príncipe encantado, na alma gémea, no amor eterno, nos milagres... Sim de certa forma deixei, racionalmente deixei sem dúvida! O problema é que em certas matérias a nossa mente sempre que nos distraímos vai buscar estas crenças antigas para nos enganar e perpetuando vazios mágoas...
A ilusão só vale até certo limite - se só nos traz felicidade - caso contrário torna mais dolorosa a realidade em que se vive. Passar duma vida dupla de ilusão e realidade para uma vida só, é em alguns casos o caminho para sair da depressão. Se passarmos o tempo a comparar a ilusão com a realidade claro que esta perde sempre. Mas a verdade é que a primeira não existe, somos nós que a inventamos. E às vezes a realidade também não é tal qual a vemos, nós é que a carregamos de pensamentos negativos, como se tivéssemos posto uns óculos que seleccionam partes do que devemos ver, cortando o que nos podia dar uma visão global e correcta. Assim, vemos pequenas partes e formamos um puzzle errado. Vejamos um exemplo. Vemos numa jaula um coelhinho branquinho um leão e um tigre e ficamos cheios de receio pelo vida do coelho.
Cortaram-nos tudo o que apontava tratar-se dum circo, pois se tivéssemos visto por exemplo o tratador com as suas vestes brilhantes o nosso coração já aclamaria um pouco, e então se víssemos que o lindo coelhinho é manobrado por pilhas e a final quem está na jaula veste de palhaço se calhar até suspirávamos de alívio e nos predispúnhamos para uma risada...
Com isto quero dizer que a nossa mente engana-nos, é preciso estarmos muito atentos... Por outro lado depende muito de nós, da nossa mente, a forma como vemos a nossa vida. A nossa infelicidade ou felicidade depende de como vemos a realidade, a vida que temos ou vivemos depende de nós, da nossa coragem da capacidade de mudarmos a nossa maneira de pensar de agir de amar...
Dir-se-á que não basta desejar é preciso quer e agir.
E agirá sempre quem quer o suficiente?
Tenho lido, que a cura tem que se tornar na prioridade da vida do deprimido.
Nada, ninguém pode estar em primeiro lugar - NINGUÉM - nem filhos, nem pais, nem amigos nem o seu Deus, nenhum dos seus problemas.
Só quando essa consciência se instalar se pode iniciar o caminho...
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